Cultura: Pizza - A gringa mais querida dos brasileiros
A pizza está tão inserida em nossa cultura, que às vezes nem nos damos conta de quanto ela é um prato versátil. Quando elaboradas, transformam-se em um nutritivo prato principal, são também uma excelente idéia para degustar como tira-gosto, se cortadas em pequenos pedaços e podem, inclusive, render ótimas sobremesas ao serem elaboradas com frutas, doces ou chocolate.
O Brasil, é o segundo maior país em consumo de pizza, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Só na cidade de São Paulo, estima-se que o consumo diário de pizzas, chegue à 1 milhão, segundo a Associação de Brasileira de Bares e Restaurantes, a Abrasel. O título de maior consumidor de pizza, rendeu à São Paulo, a instituição do Dia da Pizza, comemorado há mais de 25 anos no dia 10 de julho.
Inserida em nosso cardápio pelos imigrantes italianos, ouvimos que as pizzas tem seu berço na Itália, mas a pizza simplesmente não surgiu, não brotou de uma árvore de pizza, ela têm um parente mais antigo: a focaccia.
Sempre consumidas como um pão, algumas vezes recheadas com ingredientes disponíveis, como queijo, frutas, mel, carne e peixe, as focaccias figuram como importante elemento da alimentação humana em toda história da civilização. Inicialmente, era preparadas com uma farinha rústica, de cereais ou legumes, como fava, cevada e farro - que é a cevada descascada. Somente mais tarde, em torno do século IV a.C., quando o trigo passou a fazer parte dos ingredientes, o sabor e a cor se modificaram e passou a conseguir-se melhores resultados.
A focaccia era o o alimento mais preciosos para o homem, chegando a ser um objeto de cunho religioso, uma dádiva divina. Na Mesopotâmia, nas celebrações religiosas, era oferecida ao deus Ningursu (1200 a.C), junto com carne de boi, ovelha, cerveja e vinho. Na Roma Antiga, os noivos, durante a cerimônia nupcial, ofereciam a confarreatio, um tipo de focaccia doce, ao deus Júpter para terem sua união abençoada. No Egito, o aniversário do faraó era festejado com um pão que parecia um disco fino de pizza com ervas; e na Bíblia, algo semelhante à focaccia aparece como um símbolo de boa acolhida aos hóspedes.
Pizzas e focaccias seguiram seu caminho pela história, incorporando por onde passavam, ingredientes nativos, mas sem perder sua essência, encontramos as mais variadas combinações de massa de pão e recheios, como queijo, verduras e salame. As tortas salgadas eram consideradas receitas de prestígio, sempre presentes nas refeições importantes. Cozinheiros célebres procuravam criar montagens mirabolantes com o objetivo de impressionar os convidados.
Durante o século XVI as tortas salgadas passaram a se destacar ainda mais, tornando-se emblemáticas para a cozinha européia, acolhendo os mais diversos recheios, do queijo à carne, ao peixe, ao ovo, à verdura. A massa também mudava, muitas vezes a versão tradicional era substituída por massa folhada.
A pizza temperada com azeite e ervas foi ganhando espaço e se popularizando por toda bacia mediterrânea, tornando-se assim uma refeição popular.
O descobrimento da América, leva o tomate até a Europa, e é quando a pizza assume sua forma como conhecemos hoje. Entre os séculos XVIII e XIX, no sul da Itália, mais precisamente em Nápoles, é que surge a mais famosa receita de pizza, criada por Rafaelle Sposito, com tomates, queijo e manjericão, a pizza que contém as cores da bandeira nacional, foi então batizada em homenagem à Rainha Margherita di Savoia e é conhecida mundialmente até os dias de hoje como Pizza Margherita.

0 comentários:
Postar um comentário